quinta-feira, 21 de julho de 2011

Expressões

Significado e origem verdadeira de uma série de frases que falamos habitualmente:

JURAR DE PÉS JUNTOS:
Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

MOTORISTA BARBEIRO:
Nossa, que cara mais barbeiro! No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc., e por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira..

TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

À BEÇA:
O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.


DAR COM OS BURROS N'ÁGUA:
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado para se referir a alguém que faz um grande esforço para conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.

GUARDAR A SETE CHAVES:
No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de jóias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" para designar algo muito bem guardado..

OK:
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida para significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".


ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada para designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.


PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.

PARA INGLÊS VER:
A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "para inglês ver". Daí surgiu o termo.


RASGAR SEDA:
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão para cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa".

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para história como o cego que não quis ver.


ANDA À TOA:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar.


QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

DA PÁ VIRADA:
A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada para baixo, voltada para o solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsável, parasita.

NHENHENHÉM:
Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen".
 Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore para limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".


ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM:
Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português... O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: "Vocês que são pardos, que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.

A DAR COM O PAU :
O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, para isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu para o estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ Q FURA:

Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio ( 43 a .C.-18 d.C), autor de célebres livros como "A arte de amar "e Metamorfoses", que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: “A água mole cava a pedra dura". É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase para que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros.
www.sergrasan.com

domingo, 3 de julho de 2011

O PORTUGUÊS É UMA FIGURA

 O voo da fala
Por Marcílio Godoi

(...) Sou um caboco rocêro,
Sem letra e sem istrução;
O meu verso tem o chêro
Da poêra do sertão;
Vivo nesta solidade
Bem destante da cidade
Onde a ciença guverna.
Tudo meu é naturá,
Não sou capaz de gostá
Da poesia moderna. (...)


      (Patativa do Assaré, Aos poetas clássicos)

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

O DIALETO CAIPIRA
Por Amadeu Amaral

     Nas orações relativas não se emprega senão "que". Nos casos que, em bom português, reclamam este pronome precedido de preposição, o caipira desloca a partícula, empregando-a no fim da frase com um pronome pessoal. Exemplos: A casa em que morei - A casa... que eu morei nela; O livro de que falei - O livro... que eu falei dele; A roupa com que viajava - A rôpa... que eu viajava cum ela.
     Frequentemente se suprimem de todo a preposição e o pronome pessoal, e diz-se: 'a casa que eu morei', 'o livro que eu falei', ficando assim a relação apenas subentendida.
     Os relativos "o qual", "quem" e "cujo" são, em virtude do processo acima, reduzidos todos a "que": O cavalo com o qual me viram aquele dia - O cavalo que me viram com ele naquele dia; A pessoa de quem se falava - A pessoa que se falava dela; O homem cujas terras comprei - O home que eu comprei as terras dele.
     Em Portugal observa-se entre o povo idêntico fenômeno, isto é, essa tendência para a simplificação das fórmulas das orações relativas. Lá, porém, tais casos são apenas frequentes, e aqui constituem a regra absoluta entre os que só se exprimem em dialeto - regra a que se submetem, sem o querer, até as pessoas educadas, quando falam despreocupadamente.
     Outra observação: lá, o relativo "quem" precedido de a se resolve em lhe, e aqui só se substitui por "pra ele". Assim, a frase "O menino a quem eu dei um livro" será "traduzida" pelo popular português: "O menino que eu lhe dei um livro"; pelo nosso caipira: "O minino que eu dei um livro pra ele".

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Projeto de Iniciação Científica no IFMT Campus Cáceres

OS “CAUSOS” E LENDAS DO IMAGINÁRIO POPULAR NO DISCURSO DOS PESCADORES QUE VIVEM ÀS MARGENS DO RIO PARAGUAI

        O IFMT Campus Cáceres está desenvolvendo um trabalho de formação inicial continuada de trabalhadores PROEJA FIC em uma colônia de pescadores que vivem às margens do Rio Paraguai no município de Cáceres MT. O público do programa é de pessoas que dedicaram e dedicam toda ou parte de sua vida à atividade da pesca. Estas são pessoas que carregam consigo a tradição oral de “contar causos” , e muito deles ligados às questões lendárias do imaginário popular que é passado de geração em geração como histórias de assombração, do Minhocão, do Negrinho D'água, Pé-de-garrafa, entre outros.
        Para garantir a eficiência e a qualidade do projeto, foram selecionados os discentes Carlos Henrique e Eduarda Caroline, ambos do segundo ano do curso técnico em Agropecuária integrado ao ensino médio, é posto como objetivo dessa Iniciação Científica a realização de registros das diversas experiências, percepções, modo de vida e imaginário popular dos pescadores que vivem às margens do Rio Paraguai, com estas informações irá ser produzido um material didático destinado à formação dos próprios pescadores e ainda que a pesquisa fique à disposição para análises de outra natureza.
        O que se pretende com esse trabalho de pesquisa é a formação de um acervo de informações diversas sobre o homem ribeirinho. Além disso, pretende-se dar publicidade ao trabalho por meio de apresentações em eventos científicos, a fim de difundir as ações do IFMT Campus Cáceres no que diz respeito à educação profissional com público especial, como é o caso dos pescadores da colônia de Cáceres-MT.

RESUMO DO PROJETO DE PESQUISA APRESENTADO AO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO – CAMPUS CÁCERES.
Coordenador do Projeto:  Prof. Kléberson Pierre Cardoso de Jesus.

INTERTEXTO NA IMAGEM DO MAURÍCIO DE SOUZA

MÔNICA LISA

          Com base nos Fatores de Coerência pudemos observar que para a constituição dos sentidos em um texto é preciso construir e observar os seus diversos fatores. 
Na leitura do texto a seguir, pudemos identificar um dos fatores denominado Intertextualidade. 
          O desenhista Maurício de Souza se utiliza da obra do artista Leonardo Da Vinci  para dar notoriedade à sua criação mais importante: a personagem Mônica. Cuja criação intertextual leva o nome de Mônicalisa, com a intencionalidade de imprimir no leitor a ideia de que a Mônica é uma obra de arte, bem como seu criador  é um artista genial.
      

DISCENTE: EMERSON DE OLIVEIRA FIGUEIREDO e GILCIMARA ROCHA
DOCENTE: KLÉBERSON CARDOSO
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA
SÉRIE: 2ª SÉRIE C

INTERTEXTUALIDADE NA GRAVURA DA FAMÍLIA SIMPSONS

OS SIMPSONS

O desenho dos Simpsons geralmente utiliza muito da intertextualidade ou releitura de algum acontecimento já escrito em outro texto. A intertextualidade é um diálogo entre textos, isto é, uma relação entre dois textos caracterizada por um citar o outro. Nesse caso, a intertextualidade acontece havendo referência explícita ou implícita de um texto em outro, neste caso ocorrendo em forma de imagem retratado por um seriado famoso.
           A imagem dos Simpsons retrata a famosa capa do disco Abbey Road, em que os Beatles – uma das maiores bandas de rock de todos os tempos – aparecem atravessando a rua em uma faixa de pedestres. Dezenas de fãs se aglomeram todos os dias em uma das faixas de pedestres mais famosas do mundo, em frente aos estúdios da Abbey Road em Londres, para tirar a lendária foto dos Beatles atravessando a rua de mesmo nome, há mais de 40 anos. A mensagem a ser transmitida pela imagem, é de que o seriado The Simpsons, assim como a banda Beatles é um dos maiores sucessos já ocorrido na televisão.


DISCENTE: Luana Melo e Giuzimar Lara
DISCIPLINA: Língua Portuguesa
SÉRIE: 2º ano B

Atividade realizada em sala a fim de identificar os Fatores e Coerência. 
(Fundamentação: "A Coerência Textual - Ingedore Koch e Luiz C. Travaglia)

INTERTEXTO EM PEÇA PUBLICITÁRIA

MON BIJOU

Nessa peça publicitária, a Mon Bijou faz referência à obra prima da “Monalisa”, do artista Leonardo Da Vinci, datada do século XVI, e continua sendo uma das obras-primas mais admiradas da humanidade.
O autor Carlos Moreno usa a obra como referência para fazer a divulgação do amaciante da Mon Bijou, por isso se utiliza de indumentária e cenário que fazem referência direta à Giocconda.  No uso desse recurso é possível identificar o uso da intertextualidade, que faz o diálogo entre o texto publicitário e a obra-prima, de modo a criar no leitor o imaginário de que ao usar Mon Bijou as roupas da dona-de-casa também terão reconhecimento de obra-de-arte.



DISCENTES: Elymara Carvalho Alves e Júlia Deliberaes
DISCIPLINA: Língua Portuguesa
SÉRIE: 2º Série B